Os olhos

Os olhos
Janelas para um mundo aparte, um mundo que incendeia a alma.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

MANDACARU


No meio do nada (repleto de tudo),
encontro um “tudo muito maior”
O que alguém precisa para viver,
No meio do nada (repleto de tudo),
Encontro um “tudo muito melhor”
O que eu preciso para amadurecer.

No meio do “nada”, brota a vida,
Repleta de esperança,
Bonança de quem por aí passa a sofrer,
Na terra seca,
Cresce a virtude
Que mata a sede no entardecer,
E ali resiste,
Forte e sábio,
Cada vez mais altivo,
Persiste,
Cada noite uma flor de paz,
Premiando aos de sensibilidade,
Simplesmente por um motivo:
À alma, ao corpo, ao coração, ser nutritivo
E exemplar perseverante a nos ensinar.

AliSSe (14 julho 2010)

GOSTEI


Desabafo de um Canhoto

por Diogo Goulart
Meus pais colocaram os talheres na minha frente e eu decidi ser diferente, peguei o garfo com a mão esquerda e desde então adicionei mais um adjetivo ao meu ser: canhoto.
Mas qual o problema em ser canhoto? Dizem que os canhotos são mais sensíveis, voltados para as artes e lógico, mais inteligentes, só pra citar alguns ilustres canhotos: Picasso, Da Vinci, Chaplin, Machado de Assis, Bill Gates, Albert Einstein, preciso dizer mais alguma coisa?
Então porque tanto preconceito contra os canhotos? Só há uma resposta: o mundo foi feito para os destros.
Só pra começar canhoto é também conhecido como sinistro, em português canhoto é sinônimo de inábil, já o destro é sinônimo de hábil, direito. A mão do destro é a direita, ou seja, a mão certa, a mão da maioria, o canhoto usa a mão esquerda, a mão “errada” a mão contrária.
Lembro que quando eu sentava ao lado do meu irmão nas refeições era briga na certa, cotovelo batendo com cotovelo, agora consigo me controlar melhor e procuro um lugar à mesa aonde eu não incomode ninguém.
E no colégio e faculdade? As cadeiras foram feitas para os destros, as vezes eu pedia cadeira pra canhoto mas era sempre um transtorno, tinham que procurar pelas salas até acharem uma perdida acomodando alguma mochila. Olhavam pra mim com pena, tadinho, ele precisa de uma cadeira pra canhoto. Cansei. Resolvi me contentar com as cadeiras de destro, hoje estou tão acostumado que prefiro estas à de canhotos.
Não podemos esquecer de outros utensílios feitos para destros, a régua, a tesoura e o famigerado abridor de latas, você que é destro pode estar se perguntando o porque disso, mas só um canhoto pode me entender, e como conviver com tudo isso? Foi fácil, me adaptei, aprendi a usá-los com a mão direita, traí minha categoria, nesses momentos sou um destro.
Não chego a ser ambidestro, olha outra discriminação, porque não ambicanhoto, porque ambidestro? O destro sempre prevalecendo. Como eu ia dizendo, não sou ambidestro, só desenvolvi uma forma de me adaptar melhor ao mundo cruel em que vivo. Não consigo escrever de forma alguma com a mão direita, já tentei, na época em que isso me incomodava, mas isso passou, até porque não teve jeito mesmo.
Também uso a perna direita pra chutar, e é claro, acordo sempre com o pé direito só por supertição é melhor não brincar com isso né?
Posso até estar exagerando, talvez esteja, porque esta “condição” realmente nunca me atrapalhou em nada, é só um pequeno desabafo não é tão ruim ser torto, acanhado, esquerdo, inapto, é como Drummond disse: “Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida”.
Não posso esquecer de uma última conclusão que tirei, se Deus escreve certo por linhas tortas, é óbvio que ele é canhoto, ou seja, ser canhoto é ter algo de divino. Foi mal hein.

Sinto-me muito feliz sendo canhota também, hehehehee

sábado, 31 de julho de 2010

Tempo

   O tempo passa... e meus pensamentos giram como os ponteiros do relógio louco da vida, espero teu abraço quente que faz o tempo parar, e curar minha tonteira em um simples aconchegar.

Há em teus olhos

   Há mil encantos em teus olhos, mil idéias que me completam,
Meus temores se aquietam diante da maravilhosa experiência,
De vislumbrar em tí minha paz, felicidade que o vento traz,
Pra morar tão perto,
E a tua existência faço referência, a pureza de sentimento,
Ao que não perde-se no tempo, inesgotável inspiração
A Belle epóque de meu coração,
Embriagada no absinto deste momento.
Dedico-lhe palavras do que sinto
pois não poderia deixar de ser,
Revelo oque somente os olhos da alma conseguem ver...

Tramas que THECEM

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Arame


Mergulhar neste mundo de criaturas é fantástico e perigoso.

A flexibilidade do arame que pode machucar.

Por vezes da formas: delicadas ou pesadas, brilhantes ou opacas, registra momentos.

Momentos vividos ou imaginados.

Extremidades pontiagudas,

formas recheadas pelo sabor dos desejos de cada criatura desperta do sono profundo.

Um rolo simplesmente transformado em um complexo emaranhado de sentimentos e sonhos.

AliSSe

terça-feira, 27 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A perda e a liberdade


Quanto ao voar,
Que voem eles,
Livres e leves
Mas levem com eles,
Minha imagem a se perder no tempo,
E que o tempo se perca,
Mas não se perca meu sentimento contido
De um coração partido
Quando partiram a voar...
Que de alguma coisa valha
O simples fato de ter existido.
Aquilo que o tic-tac do relógio
Aceleradamente,
Torna esquecido.


(20\03\2007) alterado em 10\12\2009.

Camaleão


Sou camaleão,
Entre as minhas diversas formas e peles,
Você está incorporado,
Tenho dois olhos bem atentos:
Um para o futuro;
E outro para me despedir do passado.
Você está presente nas minhas células,
No pouco que perco.
E no muito que ganho ao renovar.
Você está na minha alma,
E sempre vai estar!

AliSSe ( Modificado em: 14\07\2010.)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Fim de Tarde

 Colorindo o céu com pontilhas brancas,
Pombas passam
de encontro ao sol,
Raios em brasa forte,
Caminhos fogem da morte.
Mais um dia que acaba em busca de melhor sorte.

Papéis em Branco

" O que o lápis escreveu a borracha apagou"
O que estava aqui, o vento levou,
O café que era quente, com o tempo esfriou,
A chuva que caía, agora passou,
O que tinha vida, agora acabou,
O que era nobre, pobre ficou,
O que era futuro, passado se tornou,
O que era pedra, em areia se transformou,
Quem eu era, hoje não sou,
Mas o amor em meu peito continuou,
Somente você que é eterno ficou!



São Gabriel, 15\11\2004 AliSSe